Assistimos ao filme e contamos como foi
O Omelete está em Londres para as entrevistas de divulgação de Kick-Ass - Quebrando Tudo. Mas antes de publicarmos as nossas conversas com Christopher Mintz-Plasse (Red Mist), Chloë Moretz (Hit Girl), Aaron Johnson (Kick-Ass) e Matthew Vaughn (o diretor), resolvemos adiantar nossas primeiras impressões sobre o filme.
Pela própria natureza da trama - um herói tornado famoso pelas redes sociais e YouTube -, a adaptação às telas dos quadrinhos de Mark Millar e John Romita Jr. funciona melhor como imagens em movimento do que nas HQs. A linguagem sintetizada do cinema também favorece a história, eliminando tramas paralelas e evidenciando a ação (e reação). O desfecho do primeiro embate de Kick-Ass é prova disso. Dá pra sentir na pele as agruras do protagonista.
Outra coisa que funciona a favor do filme se comparado à HQ é que a obra original depende muito de referências cinematográficas - especialmente aos filmes do Homem-Aranha - e essas imagens ficam muito mais poderosas se replicadas na telona do que emuladas em papel. Apesar do ilustrador, Romita Jr, ser conhecidíssimo artista do herói aracnídeo.
O filme, você já deve saber, narra a história de um adolescente normal, Dave Lizewski (Johnson), que, motivado por uma ideia simples ligada ao culto às celebridades - "Se milhões querem ser Paris Hilton, com tantos fãs de quadrinhos por aí, por que ninguém quer ser o Homem-Aranha?" - decide adotar o codinome Kick-Ass, vestir uma fantasia de super-herói, empunhar bastões e combater o crime.
Vaughn resolve vários problemas do texto de Mark Millar, especialmente relacionados ao final da minissérie. Por enquanto não vamos entrar em detalhes, mas a impressão é que o cineasta estava mais interessado em criar um universo de herói no cinema - um em que as regras rígidas da Marvel e DC não se aplicassem e o humor negro e violência gráfica fossem as regras. É como um Kill Bill com crianças e colantes.
O elenco está ótimo - Nicolas Cage como Big Daddy está muito engraçado - e a menina Moretz é um achado. Suas cenas de ação são as melhores coisas do filme. Sobram referências pop pra todos os lados, corpos explodem a todo instante e jorram palavrões e músicas empolgantes a todo instante. Definitivamente, ainda que siga à risca a estética, não é o tipo de filme-família de super-heróis a que estamos acostumados.