Oscar: é só comércio, mas ninguém deixa de ver





Um careca dourado reluzente, com 35 cm de altura e três quilos e meio, é disputado todos os anos por homens, mulheres, crianças e até seres animados, na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Assistida por mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, a cerimônia de entrega do Oscar reúne em uma só festa o glamour das celebridades e o amor pela Sétima Arte. Logo mais, o Kodak Theatre, em Los Angeles, recebe mais uma edição da maior festa do cinema mundial.

Semanas antes da premiação, o burburinho toma conta da mídia, aumentando as expectativas do público. Em Belém não é diferente. No último dia 1º de março, a Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) realizou um debate sobre o Oscar, colocando em pauta o caráter mercadológico do prêmio.

Marco Antônio Moreira, presidente da entidade, diz que o passado glorioso e alguns “pecados” cometidos ao longo dos anos mostram que o Oscar tem uma motivação basicamente mercadológica. Ele aponta ainda o confuso modelo de eleição da academia, onde os membros votam nos candidatos de sua área, mas na hora de eleger o vencedor, todos votam em tudo, abrindo parâmetros para o marketing dos estúdios atacar com força.

Essa pode ser uma explicação para a volta de dez indicações, invés de cinco, para o prêmio de melhor filme, algo que não ocorria desde os anos 40. “O avanço dos filmes baixados na internet, o pacto de boa vizinhança com os grandes estúdios e aquela média com as novas produções marcam o perfil do Oscar 2010, onde a demagogia impera”, critica Augusto Pacheco, membro da ACCPA.

Logo, apesar de todo o glamour em torno dos prêmios, não há nada de novo no front da Academia, “que não é nem de Artes e nem de Ciências, porque premia as produções da indústria para a indústria”, como ele faz questão de frisar.

>> Só vota quem paga anuidade
Todos os atores e atrizes que já foram indicados ao Oscar são membros da Academia e, portanto, participam da escolha dos vencedores - desde que estejam em dia com a anuidade da Academia.

Indicado em 2004 pelo filme “Cidade de Deus”, o diretor Fernando Meirelles não paga a taxa de anuidade desde 2007. O diretor diz que não acompanha o prêmio e ainda desafia as pessoas a lembrarem quem foi eleito Melhor Filme no ano passado.

EM CASA

Pelo menos este ano o público não tem do que reclamar: boa parte dos indicados ao Oscar já está disponível para locação, enquanto outros estão sendo exibidos na cidade. “Up - Altas Aventuras” é um dos preferidos entre os clientes da locadora Fox Vídeo, uma das maiores de Belém.

O empresário Marcos Eluan, proprietário da locadora, lembra que “Guerra ao Terror” foi lançado no início do ano passado e praticamente não teve a atenção do público, até sair a indicação para o Oscar.

E no fim do mês estreia no Cine Líbero Luxardo “Sr. Raposo”, novo filme de Wes Anderson, que concorre ao prêmio de Melhor Animação.

E o oscar vai para...

“Não gosto muito de enlatados como Avatar. Prefiro aqueles que são diferentes da maioria. E mesmo que tenha uma história ingênua, Avatar deve levar a maioria dos prêmios”.

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